Me despedindo urgente de 2020. Mas por ansiedade, pois se avaliar profundamente temos muitas lições para tirar deste ano, e algumas mudanças de hábitos que espero que fiquem. Como por exemplo descer do avião com os passageiros civilizados e não aquele bando de viking catando mala no tapa e pressionando o corredor uns contra os outros como um vagão de trem lotado de trabalhadores no cotidiano dos grandes centros. Mas os privilegiados que estão no avião poderiam pelo menos ter mais educação e esse ensinamento veio na marra, acabou a moleza.
Tomara que pegue. Citei apenas pela simbologia de como a educação, a tolerância e a solidariedade fazem a diferença se adotados como princípios básicos para se conviver em sociedade. E gostei também daquela máxima regra de convivência que estava esquecida, lembram? O meu direito termina quando começa o direito do meu vizinho. Esta regra tinha ido pro espaço quando, citando um exemplo, o cara chega na praia com uma caixa de som em um carrinho de rodas e coloca para todo mundo escutar no volume máximo achando que o gosto musical dele é o mesmo de todos.
Assim caminha a humanidade, cada um criando sua regra, seu direito e o direito do vizinho não tem a mínima importância, adotaram a palavra tolerância de forma errada, eu não tolero jamais o abuso de liberdade que vira libertinagem e interfere no meu direito. O mesmo vale para os fogos de artifícios, sem não barulho, demorou para isso acontecer, mas veio para proteger os animais domésticos, até aí tudo bem, mas poderia ter vindo antes, pensando nos idosos, nos doentes, no vizinho. Enfim valores que mudaram e alguns se inverteram.
Humanizar. Vamos lá, que 2020 foi interessante para vermos que muitas reuniões presenciais e gastos poderiam ser evitados a muito tempo. A sociedade percebeu quanto é essencial produzir alimentos. O Agronegócio teve um ano maravilhoso. Não vou falar de política porque é tão chato e tão sem construção de debates que cada um na sua caixinha xingando, ou no “zap” incomodando o parente mais próximo, talvez para evitar de aparecer na festa da virada em família. Mas agora chegou ao fim, terminou o ano, vai embora o 2020, que se arrastou deixando todo mundo preso na insegurança de um vírus mortal com dimensões desconhecidas e com efeitos diferentes em cada lar, uma roleta russa de passar tranquilamente ou morrer terrivelmente sem ar…
A vida segue diante deste cenário, e passamos para falar de economia. No agronegócio o PIB do agro, em 2020, deve ter um crescimento de 9%. Enquanto o Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP),de 17,4%. Ano com resultados. Previsões da CNA.
Vamos entrar em 2021 com incertezas, mas com mais confiança de virar o jogo, vacina, hábitos e uma dose de paciência com a política esperando reformas que façam a diferença. Mas a safra 2020/21, podemos ter recordes de 268,9 milhões de toneladas. As exportações devem seguir firmes. Cenário que conta com a China, vamos ver . Temos a projeção de R$5,20 para o dólar. Desejamos a todos um feliz 2021, que de fato a pandemia se torne coisa do passado, pelo menos é o desejo de todos.
Que o La Niña se comporte, que a população se comporte, que os políticos façam o papel que lhes cabe, que o judiciário não seja publicitário, marqueteiro e nem faça o papel dos outros poderes, como legislativo e executivo. E o executivo, pelo menos melhore a comunicação, falar menos e deixar cada assunto com quem conhece tecnicamente o tema, e os relacionamentos internacionais que tenham a suavidade da diplomacia com mudanças no cenário internacional. Enfim o Papai Noel já passou né? Devia ter feito estes pedidos na semana passada.
Marcelo Lara – Consultor de Comunicação
