Faz tempo que o agro usa a “esgrima” para impor a narrativa da verdade

No jornal nacional William Bonner  desabafou  que o jornalismo esgrima com loucos e com a proliferação de  mentiras pelo “WhatsApp”. O papo do “ZAP” que está sendo levado a sério no espalhar absurdos.  Lembro que   essa esgrima o agronegócio usa há  décadas e enfrenta o mesmo jornalismo que hoje se sente acuado.  Esgrima que tem na origem o significado “proteger”. Esta semana a esgrima internacional veio da França que quer proteger interesses óbvios e evitar a aprovação do acordo comercial entre União Europeia e Mercosul.  O  vice-presidente Hamilton Mourão, chefe do Comitê da Amazônia, rebateu e a imprensa disse que o governo perdeu a narrativa. O governo francês, o  presidente Emmanel Macron, que de funcionário público e banqueiro chegou a presidência e agora diz estar lutando para produzir soja na Europa. Uma piada, acho que ele quer plantar soja em apartamento para evitar qualquer uso de terra.  Falou assim  “continuar a depender da soja brasileira seria ser conivente  com o desmatamento da Amazônia”. Em um vídeo publicado em sua conta oficial no Twitter o presidente francês fala em “não depender mais” da soja brasileira e produzir o grão na Europa. E claro,  sem usar da esgrima,  a imprensa deu todo suporte para os franceses e ressuscitou, mais uma vez,   o artigo polêmico “As maçãs podres do agronegócio do Brasil” da Universidade Federal de Minas Gerais, produzido no ano passado. Este artigo   sempre é ressuscitado para dar apoio a qualquer acusação que venha do exterior para colocar a produção de soja brasileira no banco dos réus e a Amazônia na cruzada europeia.

O artigo ganhou, na época,  todos os jornalistas, todas as manchetes, por dizer que um quinto das exportações de soja da Amazônia e  do Cerrado para Europa teria rastro de desmatamento ilegal,  mas nenhum jornalista dá a mesma importância para pesquisas da própria Embrapa com dados técnicos para defender o Brasil. É essa esgrima que o homem do campo tem que fazer diariamente.

“William Bonner  desabafou  que o jornalismo esgrima com loucos e com a proliferação de  mentiras. Lembro que   essa “esgrima” o agronegócio usa há  décadas e enfrenta as narrativas absurdas que espalham nas mídias sociais como rastro de pólvora e o jornalismo, que hoje se sente acuado, já comprou muitas dessas narrativas.”

O  estudo provoca uma visão distorcida e gera um valor elevado de soja associada a desmatamento de forma equivocada, pois não indica quanto das áreas identificadas com desmatamento ilegal já estão efetivamente embargadas pelas autoridades competentes. Além disso, por ser um valor baixo, o estudo não demonstra as áreas de desmatamento legal e ilegal em que há produção de soja, optando por demonstrar o imóvel como um todo. Essa defesa foi feita na época pela Abiove- Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais

 A indústria do complexo soja se identificar  produção plantada de forma irregular toda a propriedade é excluída da cadeia. tecnologia para esse monitoramento já está disponível e os dados do CAR comprovam de forma objetiva onde há desmatamento ilegal nas áreas que não fazem parte da cadeia da soja, cabe aos órgãos competentes a notificação e embargo das propriedades.  Rebater Macron é apenas tirar o discurso de paladino da natureza de quem desconhece a produção brasileira e quer fazer a narrativa do senhor sustentabilidade.   Como a nota oficial do Ministério da Agricultura, que teve que perder tempo para mostrar que o Governo Francês mente e manipula a opinião internacional para atacar o Brasil. No texto da nota do Mapa  o Brasil é o maior produtor e exportador de soja do mundo abastecendo mais de 50 países com grãos, farelo e óleo e por fim destaca que detém domínio tecnológico para dobrar a atual produção com sustentabilidade, seja em áreas já utilizadas, seja recuperando pastagens degradas sem necessidade nenhuma de novas áreas.  Por fim o agronegócio brasileiro vai seguir na esgrima para continuar produzindo alimentos para o mundo e a Amazônia, que sim precisa ser preservada, mas  vai ser sempre o nosso calcanhar de “Aquiles” nas narrativas de interesses nada preservacionistas. 

Marcelo Lara – Consultor de Comunicação

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