Longe de uma solução estrutural – Milho: o nosso Cereal Rei e a produção de proteína animal

Vamos falar do nosso cereal rei. Admiro o milho que serve para tudo, mas que fica numa encruzilhada sempre. Entre agradar os produtores, que encaram uma safra buscando os melhores resultados e enxergam na exportação uma porta de diversificação das vendas e agradar quem produz proteína animal.

Entre querer maximizar os lucros e atender um elo da cadeia da carne. É  a pura e simples concorrência do mercado. Mas os agentes ainda não conseguiram fechar esta conta para que todos possam sair ganhando, parece que alguém sempre sai no prejuízo, normal.  Planejar, planejar e planejar. Mas seguimos vendo Santa Catarina por exemplo com déficit sempre com cerca de 4 milhões e  de toneladas de milho. É o maior importador de milho do país.

A possível falta de milho para atividades do setor de agronegócio, preocupa sim. Sempre 
temos o fator   importação de grãos de países vizinhos e os conselhos para que  produtores de suínos e frangos armazenem  milho, isso quem consegue, quem tem estrutura.  A consequência  deste desequilíbrio todo  vem  em custos de produção aumentando, justamente em um momento próspero para a venda das proteínas animais no exterior.



Conversei com o presidente do conselho diretivo da ABPA, Associação Brasileira de Proteína Animal, Francisco Turra. Sobre este cenário milho, e pecuária.  

Ele considerou sim que o problema é sério mas não seria ausência do milho. Que segundo ele o Ministério da Agricultura e a Conab garantem que temos estoque de passagem que seria um superávit  de 10 milhões de toneladas.

Hoje o  produtor capitalizado, as tradings não estão entregando, elas estão imaginando que  o preço tem que chegar a R$80, 90, 100 reais.    Turra classificou como ambição e que aí é demais, mesmo dentro das regras do jogo,  é natural dentro de um quadro deste. Reduzir a produção  é  fato real,  tem gente capitalizada que comprou milho no  mercado  futuro para toda temporada, as grandes principalmente, tem gente que vai ficar  com mico na mão, porque logo em dezembro, no final vamos colher safra de milho, são essas as apostas de Turra dentro da experiência de outros anos similares.

O tempo conspirou contra, mas está voltando a normalizar,  ele reforça que não é bem assim este desastre, vamos ter safra sim,  e não vale a pena especular, é o Francisco Turra buscando acalmar o mercado. Natural reduzir a produção,  principalmente de matrizes, não vale a pena dar milho para uma galinha velha. Está entrando milho no Brasil,  pode chegar a um milhão de tonelada de milho  isso é um por cento claro, pouco, o dólar está em movimento.  Com otimismo é assim. Mas o milho é um insumo que  precisa urgente de planejamento por todos os elos da cadeia produtiva e encarar o grão como investimento, insumo prioritário na produção de uma forma mais estratégica, entendendo o quanto vai precisar e de onde virá e a que preço e não ficar neste drama onde os fatores que influenciam vão da exportação, da intempéries climáticas, do dólar.  Fora a finalidade diversificada deste reinado de um cereal que vai da ração ao biocombustível e todo mundo de olho  A conta não fecha e o remendo sempre  com  aumentos de custo e desestrutura a produção principalmente de suínos e aves. Não vai ser a primeira nem a última encruzilhada na virada do ano com relação as incertezas do nosso cereal. Rei

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