Os estados do Paraná, Rio Grande do Sul, Acre, Rondônia e partes do Amazonas e do Mato Grosso agora são reconhecidos internacionalmente como zonas livres de febre aftosa sem vacinação. Isso como bem lembrando esta semana representa mais de 40 milhões de cabeças que deixam de ser vacinadas, 20% do rebanho bovino brasileiro, e pelo menos 60 milhões de doses anuais da vacina que não precisam mais ser aplicas, uma economia de R$ 90 milhões ao produtor rural.
O reconhecimento foi concedido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) durante a tão esperada 88ª Sessão Geral da Assembleia Mundial dos Delegados da OIE. O Paraná também recebeu o reconhecimento como zona livre de peste suína clássica independente.
Cumprir normas sanitárias. No fortalecimento dos serviços veterinários. O empenho é fantástico. É um trabalho que não para. Vale o histórico. No Brasil, a primeira zona livre de febre aftosa com vacinação foi implantada em 1998, incluindo os estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, iniciando, a partir de então, um processo gradativo de implantação de zonas livres no país. Em 2007, a OIE reconheceu o Estado de Santa Catarina como a primeira zona livre de febre aftosa sem vacinação do país, situação que se mantém .Em 2014, a zona livre de febre aftosa com vacinação foi ampliada, abarcando os sete estados do Nordeste e a região norte do Pará.
Em 2018, nova ampliação da zona livre com vacinação se deu mediante a inclusão dos Estados de Roraima e Amapá e o restante dos Estados do Amazonas e Pará, configurando a totalidade do território brasileiro como livre de febre aftosa.
Acompanhei algumas reuniões do Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (PNEFA). Agora as discussões divididas em blocos de atuação, deu uma dinâmica diferente.
Mas é um trabalho que requer comunicação direta na base dos produtores, eles estão recebendo orientações, como identificar a febre aftosa. Mudança de conceitos quando os agentes de defesa sanitária dos estados estão mais próximos e acompanhando e informando, tirar aquela visão de punição quando se fala em fiscalizar, atender e entender as legislações não são tarefas fáceis, por isso a informação, a orientação é importante para que tudo funcione e possamos seguir com status de livre da doença sem vacinação.
Santa Catarina navegou por muito tempo neste oásis, como único estado. Agora a concorrência sadia, que torna uma união de esforços para vigilância constante e a busca por manter os atuais mercados, ampliar e buscar novos clientes lá fora. O dever de casa está sendo feito. Acompanhei muito tempo na época quando tivemos o foco de febre aftosa em Jóia no Rio grande do sul, foi um Deus nos acuda no estado vizinho Santa Catarina que mobilizou técnicos e produtores para decidir se voltavam vacinar ou não, o medo era pelo chamado repique da febre aftosa na suinocultura, já que o banco genético no estado é gigante. Mas prevaleceu manter sem vacinar. A responsabilidade do serviço veterinário oficial aumenta com a mudança do status sanitário por isso a continuidade do apoio e do investimento nos serviços de defesa.
No mercado temos muito espaço para crescer, China vem tentando recuperar o rebanho suíno o mais rapidamente possível com granjas verticais. Para finalizar a semana mais alguns assuntos que de certa forma se interligam.
No meio de tudo isso a sueca Greta Thumberg segue faturando e aproveitando a fama, parceria com a organização Mercy for Animals. Tenha misericórdia de nós mortais, lançou um vídeo com alertas para os impactos da pecuária na saúde pública, no uso da terra, na biodiversidade, nas mudanças climáticas e no bem-estar animal. Ela é vegana e quer que todo mundo se torne vegano para segundo ela melhorar os impactos ao meio ambiente.
Ela enfatiza que espera que as pessoas tomem as suas próprias decisões. Mas como tomar as próprias decisões se querem obrigar a tomar uma decisão manipulada. Mas chega de manipulação. No Texas aprovaram um projeto de lei. E a partir de setembro as empresas que oferecem produtos vegetais ou outros substitutos de carne podem ser acusadas de enganar os consumidores se usarem os termos carne ou bife em seus rótulos, de alimentos a base de plantas.
Cada um come o que quiser, mas se comer um brócolis não vem me dizer que está comendo um filé. Preservar o meio ambiente não é se tornar vegano, não tem nada ver uma coisa com a outra. Bandeiras radicais que obrigam os outros a serem o que não querem ser. Isso vale pra tudo. Bora ser sustentável sem ser chato.
Marcelo Lara Consultor de Comunicação