Tudo está interligado. Precisamos ter uma imagem alinhada com o mercado internacional que carimba o conceito de sustentabilidade, e nós brasileiros, estamos numa trincheira de fogo amigo diariamente por causa de política. Enquanto não separarem o que é política dentro e fora do Brasil e o que é evitar boicotes ao Brasil como nação soberana, vamos viver de discursos catastróficos lá fora. Nem tanto ao céu, mas muito menos mergulhar o país num inferno, tamanho o exagero das narrativas desde a última eleição. Quem nos assiste olhando para as narrativas espalhadas de diferentes formas, com “influencers”, com artistas, e alguns jornalistas, artigos contaminados pela guerra política do WhatsApp e Twitter com a contribuição do presidente nas postagens, acredita que estamos no inferno de Dante, no meio de um tsunami com vulcões em erupção por todos os lados.
Todos os governantes são passageiros, goste ou não goste, temos democracia, mas o Brasil segue em frente. Quando se fala em planos para 2030 quantas eleições teremos pela frente? Vamos continuar pedindo lá fora que os gringos boicotem o Brasil? Vamos implorar para que façam intervenções aqui, por causa de discordância politica? Falo em meio ambiente, da Cúpula do Clima.
“A participação do presidente brasileiro na reunião sobre mudança climática foi assunto em todo mundo. As narrativas polarizadas aqui no Brasil forçam toda hora para que lá fora atropelem o Brasil e coloquem uma faca no pescoço em quem estiver no comando por aqui.“
O evento, organizado pelo presidente americano, Joe Biden, foi para marcar a retomada da participação dos Estados Unidos nas discussões sobre mudanças climáticas. Muitos acreditavam mesmo que Biden iria barrar a participação do presidente brasileiro na Cúpula, achei engraçado a falta de entendimento sobre o que é um debate global, e como funcionam os acordos entre nações.
Quem seriam os interlocutores? Artistas, a Greta, a Dicaprio? Isso é tão ridículo quanto tirar a soberania nacional. Querem ajudar a isolar o Brasil? Sabendo de novo que governantes são passageiros e estamos falando de 2030? Como ignorar que temos um código florestal que vai avançando,
O discurso começou na defesa, porque as páginas empurradas para os veículos internacionais mostram um país em chamas, como se não tivesse nenhum valor o trabalho feito em várias frentes no próprio agronegócio brasileiro, e trataram a Amazônia como se fosse um jardim que se rega com um balde, ou se apaga uma queimada com um copo de água, ou se tira os invasores com um ônibus, e ainda ridicularizam o projeto de regularização fundiária que é a base para termos uma fiscalização mais efetiva e separar o joio do trigo para preservar a floresta com biodiversidade, bioeconomia, e pagamento por serviços ambientais prestados. Os fundamentos do código florestal brasileiro são os mais poderosos do planeta, e tem etapas para serem cumpridas, concreto, não é falácia.
As Áreas de preservação permanente obrigatórias por lei é um bom comparativo para este “carteiraço” europeu toda hora. Enquanto aqui são entre 30 e 500 metros de mata ciliar, para o chamado recuo das atividades agropecuárias, na Europa são enormes 2 metros.
Como já vi aqui no Brasil a briga entre rural e urbano, e sempre relembro, no interior de são Paulo a cidade avançando no campo, e encontra um rio que divide de um lado uma propriedade rural de produção de leite e de outro um bairro já estruturado. A legislação mandava que o pecuarista mantivesse 500 metros de preservação, e do lado onde estão as casas do bairro, 30 metros estavam de bom tamanho. Discurso nunca vai fazer sentido sem a prática, não importa se esquerda ou direita, desde que não sejam extremos. Mas as intermináveis brigas políticas pelo melhor discurso, sem lavar roupa suja em casa, só prejudica o Brasil. Sim, cobrar coordenação, projeto que seja executado e prestação de contas de quanto e onde está sendo investido o recurso para proteção ambiental. Mas em casa. Ficou provado na cúpula do clima, que os líderes tratam entre eles, entre países, não ficam nessa de artistas pedindo para excluir o Brasil, para não aceitar acordos. No discurso estavam números porque estamos na defensiva, sim, temos que falar que representamos menos de 3 por cento das emissões globais anuais, sim, temos energia solar, eólica hidráulica e biomassa, biodiesel, programa Renovabio, a revolução verde de fato, produzindo muito mais com menos recursos, produtividade maior, linhas de crédito com ABC, agricultura de Baixo Carbono. As metas apresentadas, reduzir em 37 por cento as emissões até 2025, 40 por cento até 2030 e neutralizar ate 2050, 10 anos antes da meta inicial. Vamos torcer e fazer por onde para que o discurso se encontre com a prática e os brasileiros entendam o que é defender o Brasil não o governante, são coisas diferentes. Governantes nós cobramos e votamos nas urnas, com data certa, lá fora somos todos brasileiros, temos um território.