O Plano Safra e a preocupação das agroindústrias com o milho

Os preços atingidos pelo milho e pelo farelo de soja que tem conotação direta nos insumos, nos custos para produção de proteína animal, estão assustando as agroindústrias.  Saiu até um comunicado esta semana do SINDICARNE, Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados do estado de Santa Catarina, da Associação das Indústrias de Carnes e Derivados, e Associação Catarinense de Avicultura, em conjunto.  Dificuldade para indústria e para claro os criadores de aves, suínos, e para a pecuária leiteira.  A queixa foi além, colocaram o aumento dos materiais de construção que está inviabilizado a construção de novos criatórios de aves, investimento para modernizar e reduzir custos. Ninguém mais acredita que os preços possam recuar tão cedo, e se o peso deste custo segue na produção, chega no preço final das carnes ao consumidor e isso  já estamos sentindo faz algum tempo. Prioridades, o pedido das lideranças de Santa Catarina é para facilitar a importação, mas aí vem a briga do produtor de milho que este ano já está sentindo os efeitos da seca e do atraso do plantio no início do ciclo da segunda safra.  Importação é apontada como solução para o atual momento, para evitar um desabastecimento. Com isso, tem o dilema de como estimular os produtores de milho, linhas de credito mais atrativa para as pequenas propriedades, tem que ter um pacote no plano safra para harmonizar esta cadeia que envolve o milho.   Armazenagem precisa, desde sempre, ampliar e muito.   As entidades mais ligadas a indústria pedem credenciamento de mais armazéns junto a Conab.  Disponibilizar grãos para as pequenas propriedades.  Este cenário atual exige muita articulação das entidades e produtores para equacionar distorções e garantir a produção de carnes e ao mesmo tempos seguir estimulando produção de milho.

         Estamos na entrada do novo plano safra 2021/2022, já se sabe que o governo deve oferecer 30 por cento mais recursos  que  tem como fonte os depósitos a vista em bancos e são concedidos com taxas controladas, mas sem equalização pelo tesouro nacional.  Se espera que o total fique próximo de R$74 bilhões de reais,  cerca de 18 bilhões a mais do que no último plano safra.

Com a maior disponibilidade de dinheiro com taxas delimitadas (sem equalização), o Ministério da Agricultura deve conseguir lançar um Plano Safra com mais recursos do que os R$ 236,3 bilhões liberados no ano passado.

Além dos R$ 74 bilhões, entre R$ 80 bilhões e R$ 100 bilhões devem vir de depósitos em poupança rural em diversos bancos e do caixa do BNDES e justamente para estes recursos  destinados ao custeio da próxima safra, e para investimentos no campo, que precisam do Tesouro Nacional para equalização de taxas de juros. Na safra 2020/2021, foram R$ 11,5 bilhões. Para 2021/2022, o Ministério da Agricultura solicita pelo menos R$ 15 bilhões.

O Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar) da última foi fechado com taxas de 2,75% a 4% ao ano quando a Selic estava próxima de 2%. O governo quer  preservar beneficiários do Pronaf e do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp), seguindo o mote do Ministério da Agricultura, que procura  dar prioridade a pequenos e médios agricultores, e elevar as taxas dos produtores de maior porte.  Fonte: Agência Estado nessas informações. Mas a preocupação é que essa taxa seja maior devido ao aumento da Selic. Muito número e muito debate para fechar esta conta. A semana que se inicia promete ser decisiva para este desfecho.

Marcelo Lara- Consultor de Comunicação

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