Pecuária sustentável e a carne insubstituível para o futuro intelectual

O artigo que busco me aprofundar tem base em  uma apresentação realizada durante WEBINAR da “FAO,” órgão das Nações Unidas para a alimentação e Agricultura. Uma reunião preparatória para o congresso da FAO, no final do ano. Um dos palestrantes apresentou pesquisa que chamou a atenção e provocou polêmica. Lora Iannotti, PHD, diretora do laboratório E3, professora da Washington University em St. Louis nos Estados Unidos.  O título da palestra: “Alimentos de origem animal e dietas saudáveis sustentáveis”.  Como entrar com os dois pés neste debate, entre transformar a população mundial em “vegana” de uma forma radical, imaginando que isso salvaria o planeta, além de irracional, considero utópico e prejudicial ao futuro intelectual das próximas gerações, dentro do que acredito.

 A pesquisa mostra uma dieta normal, onde se come um pouco de carne, um pouco de ovos, um pouco de queijo, dieta de produtos de origem animal comparando com uma dieta vegetal, com base no consumo balanceado normal em um dia, dentro de parâmetros mundiais. A pesquisa revelou quanto as pessoas teriam que  consumir de vegetais para atender a mesma quantidade de ferro, zinco e vitamina “A”,  encontrada na dieta com base em produtos de origem animal.

A imagem da apresentação  mostra uma montanha de cenoura, espinafre, vegetais que teríamos que consumir perto de um prato normal de carnes e derivados, conforme consumo mundial atual.  A pesquisadora defende  que as comidas, derivadas de animais, não tem substituição  efetiva.  Aminoácidos, fatores bioativos ligados a melhoria na saúde,  são mais de 26 mil compostos diferentes que não estão nos produtos de origem vegetal. Estamos falando da evolução do homem, desde que começou comer carne, aumentou três  vezes o tamanho do cérebro, a estatura desenvolveu para quinze por cento mais alto, conseguiu aumento de massa muscular, pernas longas, intestino delgado aumentou em  56 por cento. Estou falando o que a PHD em nutrição apresentou. Privar crianças e gestantes de carne é ter prejuízos intelectuais, perda de memória cognitiva. Somos hoje o resultado de quase dois milhões de anos de evolução.  

Não é radicalizar, vamos situar, o laboratório 3E,onde a pesquisadora é diretora, faz pesquisas para identificar intervenções que promovam o crescimento e o desenvolvimento saudáveis ​​nas populações mais vulneráveis ​​em todo o mundo, com os seguintes critérios. Acesso de forma equitativa, com evolução apropriada, ambientalmente sustentável. Pesquisa desenvolvida no  Equador, no Haiti e no Quênia. O esforço é para isso, para proteger principalmente essas populações, reduzir o excesso onde existe, e direcionar o acesso à alimentação balanceada com programas sociais. Tudo tem impacto vital sobre a saúde humana e no meio ambiente, tanto em abundância, quanto em falta,  garantir o acesso para crianças, mulheres grávidas, lactantes e idosos, aos produtos de origem animal é uma questão de política mundial, tem impactos que podem ser mitigados conforme evoluímos na sustentabilidade da pecuária, dietas diversificadas e de alta qualidade e não mudar a evolução do homem para adotar o veganismo como solução. 

Dietas diversificadas e de alta qualidade. Proteger o acesso de populações carentes, e tirar onde tem excesso de consumo. Por isso quando lutamos para que a imagem da pecuária entre no debate civilizado, falo em usar dados corretos, não informação distorcida. Toda vez que um bom time de pesquisadores, que colocaram o pé na estrada, conhece a pecuária, tenta emplacar em revistas cientificas os dados que mostram evolução de sustentabilidade na pecuária, são excluídos, só ficam dados se forem negativos. 

Modelos matemáticos criados em salas fechadas  fogem da realidade. Um artigo mostrando coisas boas da pecuária em um grande jornal, gera outros 10 artigos na mesma semana, com psicólogos, filósofos e criadores de grilos,(ironia)  detonando com qualquer tentativa de avançar no debate. Ironia de lado,  o negócio  é sentar na mesma sala com pesquisadores e colocar em debate dados e não ideologia, somente informações, e vamos avançar neste diálogo com civilidade e honestidade, todos vão sair ganhando, principalmente as futuras gerações. Pesquisas e levantamentos sobre desmatamento e efeito da pecuária, não  colocam os dados de satélites que revelam que 17 milhões de hectares estão em vegetação secundária, último passo antes da regeneração da floresta.  Local onde criaram boi, perderam por degradação e virou mato de novo. A ideia é entender o que está acontecendo com a pecuária, mas isso não entra no debate.

Quando se aposta nesta pressão sobre a pecuária, quem paga é a indústria organizada. As pessoas que pressionam estão focadas em punir quem trabalha direito. A pecuária por si só não demanda desmatamento, basta viajar que  é fácil de verificar que vai sobrar área de pastagem no Brasil. Conta simples. Vale produzir mais na área que tem do que avançar.  Diz o consultor da ABIEC, Maurício Nogueira. Esse vai a campo e faz aquele rally da pecuária de verdade.

Marcelo Lara – Consultor de Comunicação

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