Sempre tive esta preocupação com o verdadeiro significado da palavra sustentabilidade que surgiu há décadas, chegou perder o conceito, depois chegamos no tripé, ambiental, social e econômico, depois novas siglas começaram surgir, todos com o mesmo objetivo que é avançar, progredir, produzir, atender as necessidades da crescente população mundial, mas tudo isso com o cuidado de preservar nossos recursos naturais para as futuras gerações.
Os especialistas sempre alertaram que o preservar deve ter um valor econômico maior do que o de desmatar. Um hectare desmatado, deve valer menos do que um hectare com floresta. Essa é a conta que deve ser feita para avançarmos. E quando vejo que as notícias revelam que a preocupação com a sustentabilidade chegou no mundo corporativo, lembro bem que tudo está atrelado ao bolso. Um relatório da Business & Sustainable Development Commission Comissão de Negócios e Desenvolvimento Sustentável, mostra que até 2030 investir em práticas de negócios verdes abrirá US$ 12 trilhões em economias de custos e oportunidades de mercado em toda a economia global. Oportunidades para campo e cidade. A cada relatório apocalíptico, sobre mudanças climáticas, novas oportunidades surgem. A preocupação com o clima é real, sim, deve ser levada a sério. Mas quando as redações logo apontam que o grande vilão é sempre a Amazônia, e vem para cima do Agro, é hora de reverter a imagem e ganhar dinheiro com práticas sustentáveis. O Crédito de carbono é uma realidade.
Os produtores brasileiros já medem o CO2 capturado na atividade agrícola para comercializar como créditos com tecnologias nacionais que reduzem os custos do processo e garantem valor no mercado, ao cumprir os critérios de ESG. Governança Ambiental, Social e Corporativa.
O plantio direto, a rotação de cultura, o cultivo de cobertura. Práticas já consolidadas no por aqui podem ser convertidas em ativos financeiros para o produtor e para os investidores, menor risco a stakeholders e mais produtividade. Além de salvar o meio ambiente.
Essas práticas, usadas com tecnologia e direcionadas para cumprir as metas de redução das emissões dos Gases de Efeito Estufa (GEE), viram moeda forte e competitiva.
O mercado está aberto, empresas se especializando na venda de créditos de carbono, investidores olhando para o campo de uma forma diferente. Todo mundo sai ganhando e podemos sim, salvar o planeta e ainda sair com um dinheirinho a mais. No final tudo vira “business”.
Marcelo Lara- Consultor de Comunicação